O tweeter também é um alto falante sendo que devido ao seu tamanho diminuto e consequentemente a massa do seu cone somente reproduz com perfeição as frequencias mais baixas ou os agudos.
Apesar de ser fácil a recuperação é um pouco mais trabalhosa devido ao tamanho do tweeter nada muito complicado. O ideal é que você dê uma lida primeiro em Recuperação Total para se familarizar-se com os procedimentos: Saiba Mais...
MATERIAIS NECESSÁRIOS
Veda Juntas ou Adesivo de Contato.
Araldite ou Adesivo Epóxi
Palito de dente de madeira
Tesoura
Fita Crepe
Ferro de Soldar de 30w
Estanho
Cone, bobina e protetor:
Limpeza do Tweeter
Aqui temos o nosso tweeter antes da recuperação, devido a seu tamanho dificilmente encontramos uma carcaça empenada, em geral o defeito mais comum é a queima da bobina, cone rasgado ou amassado:
Note que o tweeter não possui centragem como o alto falante, sendo que o próprio cone é o centralizador:
Alguns modelos possuem uma fina camada de espuma em forma de círculo (outros não), se for o seu caso não a retire ela ajuda e evitar que a cordoalha encoste na carcaça e feche um curto-circuito.
Colocamos um pedaço de fica crepe para evitar que partículas de pó e sujeira entrem no alojamento da bobina:
Como vimos na Recuperação Total se você não proteger o polarizador durante a limpeza poderá ser necessário em casos extremos ter que descolar o imã para limpeza interna. Saiba Mais...
Com auxílio de uma faca ou chave de fenda retire os resíduos de cola e do cone antigos, caso haja necessidade de pintura externa faça antes da limpeza, não limpe a carcaça toda e proceda a pintura, em geral a cola não adere muito bem numa superfície recém pintada:
Agora que limpamos os restos de cola e cone antigos vamos retirar o estanho antigo, geralmente aqueço bem o ferro de solda e derreto bem a solda do terminal externo e empurro suavemente a ponta do ferro para dentro da carcaça e giro o ferro de solda:
Deste modo o terminal da carcaça ficará livre de estanho, pronto para a passagem do fio esmaltado da bobina:
Retire a fita crepe e coloque quatro tiras de radiografia em cruz, para centralizar a bobina:
Note que a bobina do tweeter possui um excesso de fio esmaltado, pois é devido ao fato do mesmo não utilizar cordoalha, limpe a ponta do fio com uma faca para retirar sujeiras e o verniz do fio e com um multímetro veja a continuidade da bobina, não confie, pois já imaginou depois do serviço terminado você notar que a bobina veio aberta (queimada) de fábrica?
Se quiser para facilitar o trabalho você pode estanhar as pontas do fio.
Deixe a bobina com as duas pontas voltada para o terminal aonde serão soldadas:
Vá introduzindo a bobina com calma, as tiras de radiografia ficarão por dentro da bobina, assim não danifica o esmalte dos fios, devido as quatro tiras de radiografia será um pouco mais difícil a descida, mas desça com cuidado, de tempos em tempos puxe um pouco cada tira, pois a medida que a bobina desce, leva a tira.
Note na foto acima os terminais da carcaça, os fios da bobina deverão estar voltados para eles, cuidado para não amassar a ponta da bobina, pois ela amassada não deslizará e causará aquecimento.
Desça a bobina até que o enrolamento de fio esmaltado fique por dentro da carcaça, não desça demais pois o conjunto terá que ter uma folga e se ela descer demais baterá no fundo.
Desça até onde as setas indicam, este é um ponto crucial da reforma, pois caso o fio esmaltado fique um pouco para fora diminuirá o campo magnético e caso desça demais poderá bater no fundo quando em funcionamento.
Agora teremos a colocação dos fios da bobina nos terminais da carcaça do tweeter passe o fio esmaltado pelo buraco do terminal deixando um pouco de folga, pois o mesmo não deverá trabalhar muito esticado e nem muito frouxo:
Agora vem a colocação do cone, faça com uma tesoura dois pequenos cortes na direção do fio da bobina, isso porque o cone entra muito justo na bobina e em alguns casos na colocação arrebenta o fio da bobina, com estes dois cortes evitamos este inconvenientes:
Agora é só colocar o cone delicadamente:
Agora com a bobina no lugar e presa com as tiras de radiografia, veremos se o cone não é maior, com auxílio de uma chave de fenda ou algo parecido nós iremos pressionar o cone contra a carcaça:
Notem que neste caso o cone é ligeiramente maior, assim com uma tesoura retiramos o excesso:
Poderíamos tentar tirar as medidas do cone antes da colocação da bobina, mas por experiência própria não o faço mais, pois a casos em que existe um leve empeno e com a bobina presa teremos a medida precisa e não teremos o risco de cortar o cone demais nem de menos.
Agora a finalização, passe cola no cone e na carcaça e aguarde alguns instantes.
Desça o cone delicadamente e pressione para evitar bolhas de ar e áreas sem contato.
Note que há marcas de excesso de cola nas laterais que devem ser removidas, mais pela estética do que funcionalidade quando recupero tweeters prefiro sempre usar o adesivo de contato, pois por ser transparente mesmo que saia nas laterais fica menos visível ou contrário do veda juntas que por ser de cor escura é bem visível.
É bom neste momento verificar com o auxílio do multímetro a continuidade da bobina, pois pode ocorrer que na colocação do cone arrebentar o fio, mesmo com os dois pequenos cortes sendo assim somente perderemos o cone evitando o resto da montagem.
Agora é a vez de colar o cone na bobina, usaremos a cola epóxi, faça uma quantidade pequena, pois ela endurece rápido e a quantidade neste caso é pouquíssima, aqui eu uso um palito de dente de madeira para espalhar a cola epóxi na área externa da bobina e o cone:
Com cuidado para que não caia para o interior da bobina e nem cole as tiras de radiografia.
Não é necessário muita cola.
Com o ferro de solda solde os fios da bobina no terminal da carcaça e corte o excesso de fio:
Veja na embalagem da cola epóxi o tempo de secagem e depois de bem seco retire as tiras de radiografia:
Para finalizar, passe cola na parte de trás do protetor, espere uns instantes e cole no centro do cone:
Aqui o antes e o depois:
Já poderá ser usado normalmente, pois as colas utilizadas em geral são de secagem rápida.
Notem que foi um serviço rápido e sem a necessidade de ferramentas especiais, foi gasto de material uns R$ 2,00 e poderia ser cobrado R$ 5,00 ou mais.
Luiz Cláudio